Dentro da minha cordeona há um universo sonoro
Que pulsa no mesmo sopro, contido em cada suspiro
De tanto que fui palavra tentando ser sentimento
Eu percebi que a cordeona vive do ar que eu respiro!
Cordeona-me
E me condena ao teu segredo, assim, fechada
Na palavra musical que tens guardada
Pelo fóle nas entranhas
No vento melodioso da campanha
Que te sustenta e te mantém ainda viva
Cordeona-me
E me explica este adeus que tens nos braços
No gesto de entregar-me em teus abraços
Entre nós, longe de mim
Que eu sei que vou seguir pra sempre assim
Buscando este silêncio onde te achei
Cordeona-me
E me encanta com teus ventos escondidos
Te busco então em todos estes meus sentidos
Pelas mãos, pelo meu ser, por tudo que aprendi
Por te querer
Hoje te sinto e te espero, sempre aqui
Cordeona-me
Por que respiras este ar que me dá vida
O mesmo ar que achou notas esquecidas
Pela alma do meu verso
Tentando agradecer ao universo
Com este pronome musical que eu fiz pra ti